sábado, 20 de novembro de 2010

QUINTA DA MURTA TOURIGA NACIONAL 2005

Já tinha este vinho cá em casa à tempos. Sei que um dos meus colegas bloguer o adora, e com isto também me deu para o abrir mais rápidamente para confirmar coisas que já li. A quinta tem uma pequena parte do seu terreno com Touriga Nacional. Contudo, sendo este local em Bucelas, calcula-se que com um clima adequado para brancos, lá está na parte superior direita, avistando da adega para o vale, Touriga Nacional plantada, resguardada dos ventos mais fortes que possam por ali passar. Pensando melhor, e olhando para a garrafa, fiquei a pensar como seria um TN de Bucelas? Curioso? Comprove que vale mesmo a compra.

Aspecto limpido, lágrima persistente e de uma cor granada. No seu aroma, limpo, jovem, mas a tentar já passar para um desenvolvimento inicial e de intensidade média. Frutos do bosque como framboesa, e algo floral. Na boca mostrou-se seco, de acidez baixa, corpo médio, frutado e com taninos suaves. Com uma intensidade média e de final de boca médio. Um vinho muito equilibrado e que me surpreendeu pela positiva, pois não estava à espera. Os meus parabéns ao Hugo Mendes, enólogo da Quinta da Murta, que com uma TN num terroir bastante mais virado para vinhos brancos, mais frescos e aromáticos, conseguiu extrair desta uva um vinho muito prazeroso e de excelente qualidade.

Nota: 16
Rótulo: simples, com fraca projecção: Razoável
Preço: Gentilmente cedido pelo produto, mas ronda os 6€

3 comentários:

Hugo Mendes disse...

Nuno,
Primeiro, obrigado pela prova!
Segundo, tenho de fazer dois comentários, a ordem pela qual os apresento é aleatória e não representa a importância que lhe dou:
A) Considero que tens evoluído bastante, tanto na prova como na forma como escreves os teus posts. Não tem nada a ver com o facto de estares a provar um vinho da Quinta da Murta, facto que se compreenderás a seguir. Tem a ver somente com o confirmar progressivo de algumas das expectativas que tenho de ti, desde a primeira vez em que respondeste a um post (e na forma como o fizeste!) no meu blog!
Parabéns por isso!
B) Cheguei à Quinta da Murta em Dezembro de 2005, nessa altura não havia registos de nada do que se fazia por lá e, esse vinho estagiava já nas barricas. Da sua história passada só sei o que o verdadeiro pai dele me contou. Eu só fui responsável no acabamento e engarrafamento, e mesmo nesses, limitei-me a cumprir o que o Nuno me mandou fazer!
Na minha visão muito particular, esse vinho resulta essencialmente de 3 factores: Condições específicas de 2005, trabalho da equipa de então capitaneada por Nuno Cancela de Abreu e a magia do estágio em garrafa.
No que a esse vinho diz respeito, eu só tenho sido responsável pelo esvaziamento de algumas botelhas.
Não acho que seja um vinho para todos! É um vinho especial. Do melhor que a Estremadura pura tinha para oferecer! Mas…. Cada vez há menos! Não há quem os queira comprar, logo, muda-se!
De resto, junto-me nos parabéns, mais uma vez, ao tempo e à equipa da Murta, especialmente, claro está ao Nuno Cancela de Abreu!
Um Professor e Amigo!

Nuno disse...

Hugo, obrigado pelo comentário. É muito bom saber que tenho evoluido, pois trabalho para isso. Escrevo como escrevo e responde como devo responder. À quem goste e quem não goste, a vida é assim. Quanto ao vinho, não foste tu directamente mas dou os parabéns a quem o fez. Muito bom mesmo, e neste momento estou a acabar a garrafa a solo, e confirmo o que disse na prova.

Pingas no Copo disse...

Gostei francamente do vinho. Diria que é, em alguns aspectos, um vinho positivamente inusitado.