quarta-feira, 23 de novembro de 2011

VISITA À QUINTA DE SÃO JOÃO, ALPIARÇA

Foi no passado sábado, dia 19 de Novembro, que visitei a Quinta de São João em Alpiarça, por convite do proprietário e produtor de vinhos Paulo Saturnino Cunha. Começámos com uma visita pela adega, onde Paulo Saturnino Cunha ia falando um pouco da história dos seus vinhos, de como eram feitos, mostrando-nos todos os cantinhos da casa. Depois mais em baixo podem ver nas fotos mais pormenores. Muito amor ali se sentiu, pois a paixão que Paulo Saturnino tem por aquilo que faz é enorme e isso vê-se nas instalações e nos projectos futuros que tem em mente, vê-se nas obras que quer fazer na adega na parte de estágio dos vinhos, e sobretudo, vê-se na alma e corpo deste homem. Depois de uma boa conversa e explicação de certos pormenores, passámos à prova dos vinhos. Antes de comentar a prova, que foi magnífica, os vinhos deste produtor têm aspectos importantes e um perfil muito seu e bem definido, são vinhos com grande frescura, excelente acidez e com grande qualidade.







Começámos pelo Fernão Pires 2010, de cor amarelo pálido, frutado, com destaque para alperce e ananás, boa frescura, acidez alta, vegetal, de intensidade média e final de boca médio. Passámos para o Chardonnay 2010, cor amarelo pálido, frutado q.b., frutos de árvore, maçã e pêra, acidez alta, fresco, intenso, final médio. 2 Worlds Branco 2010, excelente. Fruta tropical, boa frescura, com leves notas fumadas do estágio que o arinto fez em barrica, mineral e com acidez no ponto. A minha escolha dos brancos.


Passando aos tintos, muita potência. Para defrontar alguns nomes de topo sem qualquer problema. E isto falando dos 2008, porque os 2009 chegam para o ano no segundo semestre e com motores renovados. Mas aos de 2009 já lá vamos. Quinta do Alqueve Reserva 2008, limpido, cor ruby, nariz fresco, vegetal, com cogumelos, acidez presente, frutado, taninos presentes, com nozes e amêndoa ligeira e final de boca médio. De seguida o Quinta São João 2008, com boa frescura, acidez equilibrada com a fruta, ligeiramente herbáceo, pimentos, taninos médios e final longo. Quinta do Alqueve Touriga Nacional 2008. À medida que o íamos arejando ia ficando com mais vida. Um vinho especiado, com um equilibrio entre acidez e fruta excelente, bom corpo, floral, intenso e de final longo e persistente. As notas vou dar no final. Agora o Quinta do Alqueve 2008 com Touriga Nacional e Syrah. A casta Syrah um pouco mais evidente na boca que no nariz, pois tinha dado um 50/50 das duas castas e foi 65/35, Syrah e TN. Untuoso, frutado, compota, encorpado, excelente. Para terminar os 2008, acabámos com um Quinta de São João Syrah 2008. Simplesmente magnifico. Fruta preta, cacau, especiado, madeira ligeira e bem casada com a fruta, adorei.



Passando agora aos tintos que se avizinham, talvez para o final do ano que vem, provámos os vinhos para ficarmos a pensar seriamente no que lá vem. ATENÇÃO ENÓFILOS, CONSUMIDORES, LEITORES, TODOS AQUELES QUE GOSTAM DE VINHO. Fixem este produtor, pois o que está no mercado são vinhos de excelência e o que há-de chegar ainda vai surpreender mais. O produtor aos poucos vai caminhando no trajecto por ele desenhado e com grande sucesso. Na minha opinião, os vinhos de 2009 estão acima dos 2008, havendo muita qualidade nos dois. Mas muita gente vai ficar surpreendida, não com a qualidade mas com o perfil que estes vinhos têm e vão ter, pois o que foi provado foi tudo saido das barricas e ainda "verdinhos". 

Quinta do Alqueve Touriga Nacional/ Merlot 2009, Frutado, taninos médios, boa frescura, como todos os vinhos que provei deste produtor, floral, intenso, elegante, madeira fina e suave. Seguidamente Quinta de São João Syrah 2009, notas vegetais, frutado, potente, que vai com certeza ficar ainda mais com tempo em garrafa. Quinta de São João Grande Reserva 2009, com Syrah, Merlot e Touriga Nacional. Sem palavras. Prazer, fechar os olhos, mastigar, cheirar, voltar a provar e mastigar mais uma vez. A minha escolha. Por ultimo o Special 2009, fruta madura, elegância, fino, potente, equilibrio extraordinário. Depois do almoço, para a sobremesa, provámos o novo Late Harvester 2010, feito com Fernão Pires, onde 50% estagiou em madeira e os outros 50% estagiaram em inox. Flor de laranjeira a entrar no nariz, ligeira madeira, acidez média, final longo. Vinhos que merecem estar à mesa com a companhia de comida à altura, pois são todos vinhos muito gastronómicos, e como disse Paulo Saturnino Cunha, o vinho é o molho de um bom prato. 

Obrigado Paulo.

Nota:
Fernão Pires 2010  15,5
Chardonnay 2010  15
2 Worlds 2010  16,5
Quinta do Alqueve Reserva 2008  16
Quinta de São João 2008  16
Quinta do Alqueve Touriga Nacional 2008  16,5
Quinta do Alqueve Touriga Nacional e Syrah 2008  17
Quinta de São João Syrah 2008  16,75
Quinta do Alqueve Touriga Nacional e Merlot 2009  17
Quinta de São João Syrah 2009  17,5
Quinta de São João Grande Reserva 2009  17,5
Special 2009  18
Late Harvester Fernão Pires 2010  16,5

1 comentário:

salgado disse...

boa tarde
pretendia saber se têm e qual o preço de uma garrafa de vinho licoroso de 1929 (65 anos em casco carvalho)que foi comercializada em 1995 aprox.
Produzido e engarrafado por Casa Lico